"Como escrever senão sobre aquilo que não se sabe ou que se sabe mal? É necessariamente neste ponto que imaginamos ter algo a dizer. Só escrevemos na extremidade de nosso próprio saber, nesta ponta extrema que separa nosso saber e nossa ignorância e que transforma um no outro. É só deste modo que somos determinados a escrever. Suprir a ignorância é transferir a escrita para depois ou melhor, torná-la impossível. Talvez tenhamos aí, entre a escrita e a ignorância uma relação ainda mais ameaçadora que a relação geralmente apontada entre a escrita e a morte, entre a escrita e o silêncio. Falamos, pois, de ciência, mas de uma maneira que, infelizmente, sentimos não ser científica." [página 18].
DELEUZE, Guilles. Diferença e repetição. 2ed. Tradução: Luiz Orlandi e Roberto Machado. São Paulo: Graal, 2006.
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