segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

O Conto do Menino que sabia andar....

"Se vc nao estiver preparado para errar,
Nunca ira realizar algo original."

Ken Robinson

Era uma vez uma menino que sabia andar. Andava pelas ruas sujas do Bras, onde o comercio funcionava. Era magro, amarelo, doente.

Acontece que ele negociava tambem. Alias, era isso que fazia a maior parte do tempo.

Trocava passarinhos por telefones celulares, que vendia e comprava notebooks, com defeito, que trocava por sapatos novos. Gostava disso, era o seu jeito de ser feliz.

Ate que um dia, o menino que sabia andar conheceu uma garota que sabia ver. Ela era boa nisso. Olhava uma pessoa e, com poucas palavras trocadas, ja podia dizer os gostos, os medos e as farsas do mero usuario.

Como passaram a andar juntos, ganharam muito dinheiro: a menina que sabia ver e o menino que sabia andar.

Ate que um dia, podre de ricos, a menina disse que estava cansada de ver, que queria fechar os olhos, que queria apenas sentir!

O menino disse que aquilo era um absurdo, que era melhor ganhar dinheiro apesar e acima de qualquer coisa.

E foi assim que eles se separaram. O menino que sabia andar ainda hoje acha que fez muito por ela.

Com o passar do tempo, a menina que sabia ver furou os olhos de vez, para ficar livre daquilo pra sempre, e poder apenas sentir, pro resto da sua vida...

Delirious?

quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Rede e Solidao

Vidas Condenadas a Ficar Eternamente So e a medida entre o ser e o compartilhar


Nao, nunca mais...vou ser pra sempre so.

Nao vai ter ninguem que podera chegar perto de mim, pra que eu nao corra mais o risco de nao ser, pra agradar alguem...

Preciso ser forte, preciso ser so. Mas Alguem me proteje e, quando clamo, recebo ajuda, amor, paz, e uma certa consolacao completamente eficaz.

Sinto muito filhas, escolhi ser so. Mas jamais poderiamos ter sido uma, senao vcs teriam morrido tambem.

Por mais triste que essa musica possa terminar, ela termina apenas comigo, com notas suaves e lentas, graves, como um choro contido...

Mas eu posso compartilhar possibilidades em meio a uma multidao de vozes: eu ia economizar esforcos...e uma tristeza sem fim.

A tristeza de nao ter dado certo, de nao haver alguam coisa nesse mundo que me absorva da minha dor...que dor!

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Filha da Mae!

Tive maes que queriam me matar, sempre...depois de uma boa noite de sono,
depois de acordar... eu sempre incomodava.

Foi assim que eu aprendi a matar as minhas filhas tambem.
Quando percebi que estava sendo homicida,
Deixei tudo, fui embora...

Precisava me afastar, ficar longe.

Mas aquilo que eu rejeitei, logo alguem quis
Entao eu fiquei so, pra sempre so.

Hj vejo que perdi o feeling da vida
Aquilo que vinha fazer, meus talentos, nao sei mais...
Matei a mim mesma, como as maes fazem com as filhas,
Matei para ser como devia

Mas eu sei a origem de todo esse sangue
E o medo, desde pequena de que nao me amem, de novo!

Hj, nao ha planos, nem futuro,
Acordo todos os dias clamando para que seja o ultimo,
Para que haja um acidente
Rapido e indolor, liquidante.

Tudo se perdeu rapidamente,
Restaram apenas a tela branca e o teclado desconfigurado
Que me irrita!

Talvez atraves desses dois eu possa voltar
De alguma maneira, a fazer escolhas...
Sim, eu vou escolher, preciso...

Quem sabe um dia eu possa voltar a voar,
a sonhar, talvez a viver...


Encontrei um caminho para ser. E mais facil ser longe das pessoas, longe do amor.
Nao quero mais chegar perto de ninguem, nao quero negociar, me relacionar, ter que ceder, ter que sorrir...ter que...

Culpa e uma plavra inexplicavel nesse contexto, culpa da mae da mae? Filhas da mae! Quem merece saber disso?

Preciso urgente de alguem que tenha poder para quebrar essa maldicao, sem muita conversa, sem alusoes ou discursos impressionantes, apenas poder...

sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Nao me ensinem o que e o amor

Nao me ensinem o que e o amor,
Essa estranha religiao
Com normas rigidas e laudativas
lugar sem perdao

Nao me ensinem o que e o amor,
pra que eu nao precise mentir
dizer que sim, dizer que nao
se apenas nao dizer, ja se torna uma questao

Nao me ensinem o que e o amor
me ensinem a viver, a xingar,
a fazer amigos, a lutar,
a rir e a chorar

Talvez uma nova droga,
mais cara, mais intensa,
que sejamos somente nos,
sem queixas, sem frustacoes...

Mas amar
Esse fim e nao inicio
Que exige raizes entre as criaturas

O pior dos sentimentos
Que nao admite negociacao
Que nao aceita meia-entrega
Sufoca de exaustao

Nao, por favor, o amor nao!
Essa dor, esse sofrimento,
Ensinavel, praticavel...

Preciso respirar,
aprender a luz do sol
aprender as arvores
as gaivotas livres

Mas o amor,
sacrificios e nao vida!
Deixem-me, pois, ser sem amor
E como poderia
aquele que nao e
amar ao proximo como a ele mesmo?

domingo, 11 de novembro de 2007

New literacy spaces

If you wanna a bit of literature, get out of here!
Go to seek some books...

that's a space for feelings, and experimental words...try it!