Lembrava-me a bruma e as coisas escondidas. O frio e o casaco vermelho cheio de joaninhas bordadas escondidas.
Os sapatos bonitinhos. As marias-chiquinhas e as bonecas - as mesmas.
A mão forte, grande e enorme, com veias altas, que segurava minha e me levava para passear.
E o passeio em uma floresta de árvores imensas, que escondiam o céu, palmeiras, eucaliptos, muita sombra e o barulho da natureza.
De repente, uma trilha, um caminho pequeno de terra.
- Vamos ver se tem amoras?
A mão forte se separava da minha, com um sorriso no rosto.
Abaixava-se e ficava mais perto de mim e ficava do meu tamanho.
Logo duas mãos fortes se esticavam na minha direção repletas de amoras roxas, vermelhas, rosas, doces e gostosas.
Há pouco tempo estive nesse mesmo lugar, mas sem as mãos fortes para me oferecer algo doce e gostoso.
Era de manhãzinha e as mesmas brumas estavam ali. O mesmo barulho e as mesmas árvores.
A saudade era grande e comecei a chorar. Pai.
Coloquei as mãos no chão e disse àquela que me desse força para continuar a viver e a ser.
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