quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Diferença e Repetição

Lembrava-me a bruma e as coisas escondidas. O frio e o casaco vermelho cheio de joaninhas bordadas escondidas.

Os sapatos bonitinhos. As marias-chiquinhas e as bonecas - as mesmas.

A mão forte, grande e enorme, com veias altas, que segurava minha e me levava para passear.

E o passeio em uma floresta de árvores imensas, que escondiam o céu, palmeiras, eucaliptos, muita sombra e o barulho da natureza.

De repente, uma trilha, um caminho pequeno de terra.

- Vamos ver se tem amoras?

A mão forte se separava da minha, com um sorriso no rosto.

Abaixava-se e ficava mais perto de mim e ficava do meu tamanho.

Logo duas mãos fortes se esticavam na minha direção repletas de amoras roxas, vermelhas, rosas, doces e gostosas.

Há pouco tempo estive nesse mesmo lugar, mas sem as mãos fortes para me oferecer algo doce e gostoso.

Era de manhãzinha e as mesmas brumas estavam ali. O mesmo barulho e as mesmas árvores.

A saudade era grande e comecei a chorar. Pai.

Coloquei as mãos no chão e disse àquela que me desse força para continuar a viver e a ser.

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